Tuesday, July 10, 2007

Maranhão e peixinho, tudo no fio

Voltando da casa da mama em um sabado, noto que existem varias pipas na fiação. Entre postes e tenis esturricados pelo tempo vejo duas pipas inteiras: mas o que isso tem demais? Quando eu era criança isso era um fato impossivel de ser visto, quando uma pipa "mandada" ficava presa a fiação, embaixo dela tinha sempre 2 garotos disputando com "réus" e suas linhas envidraçadas, ate que a pipa era estirpada da fiação e ao deleite do vento ia cambaleando ate as mãos de um deles. Hoje elas estavam lá solitarias, se debatendo entre um fio e outro, esperando algum guri que tivesse vontatde de tira-la dali. Senti vontade de tira-la dali, mas para que? Meus filhos adoram filmes e games, uma pipa viraria decoração no quarto. Talvez seja culpa minha não ter passado a eles a valorização emocional do simples, do real e do imaginario, hoje tudo esta pronto. Vamos ao cinema e na saida ja tem bonecos animados quase reais, como competir com tamanha tecnologia do consumo? Alguns buffets infantis estão ganhando fortunas hoje em dia por causa disso, os pais sem tempo de brincar com seus filhos recorrem a "profissionais do cheiro de criança", sabe aquele cheiro que a gente sentia quando abriamos uma lata de Toddy? ou quando chovia na hora da pelada na rua e subia aquela nuvem de cheiro de asfalto quente inesquecivel? Sim eles tentam fazer seus filhos delirarem com lembranças que se quer eles viveram, são adolescentes que nem sabem rodar um pião, mas estão ali como atores e sentinelas da alegria instantanea, farta de colírio aos pais e não aos filhos que se divertem com qualquer brincadeira. Bom a pipa ficou lá no fio, provavelmente irá derreter com a primeira garoa que vier. Poderia ter decolado pelo céus mais uma vez, mas os garotos estão em casa na sala vendo tv.

Monday, September 11, 2006

Ame e tape os ouvidos

A fúria por liberdade acaba entorpecendo os pensamentos insanos do amor, nos tornam zumbis alimentados por opiniões de seres estranhos fantasiados de pessoas legais, acabamos sucumbindo a um mundo insensível, volúvel. A cena lisérgica é passageira, o amor não.

Friday, September 01, 2006

Fundo de Alcachofra

Voltando de uma viagem bucólica ao interior, estava quase dormindo quando ouço:
_Olha!?, diz ela tirando sapinhos de porcelana e enfeites de estante.
_Que ridículo! Que é isso meu Deus! Roubando? Reclama ele.
_ Roubando não, isso já é meu, é herança de família! Enfatiza.
_ Se for roubar, roube algo que valha porque isso aí é igual a pum! Detona ele.
_ Igual a pum? E não é bom peidar, me fala? Ela não se conforma.
_ Grumf... ele da uma granida... silêncio... e fala:
_ E por falar em peido, você tomou aquele laxante novo que eu comprei?
_Qual? Aquele da propaganda?
_Isso ele mesmo, que uma moça bonitinha faz;
_Tomei, achei ma- ra -vi -lho -so!

Caso veridico.

Mindinho

Em um condomínio típico do subúrbio de Nova York vivia David, um ex-caixa de supermercado que ficou rico e conhecido por ter ganhado vários processos contra empresas americanas. O processo mais famoso e caro foi o que lhe rendeu trezentos e vinte e dois mil dólares por ter escorregado em uma escada com aqueles adesivos antiderrapantes. Lógico que processou a empresa de adesivos. Mas essa grana toda veio em sua vida de uma maneira, digamos, oportunista. David não era feliz e tão pouco relaxado. Não tinha empregada por medo de que ela o processasse por ele gostar de ovos com gema mole, caso ela não conseguisse fazer poderia se sentir humilhada... Não deixava amigos de seu casal de filhos brincarem dentro de casa, somente no quintal, pois assim os vizinhos poderiam ver o que acontecia em caso de algum "deslize", e assim, impedir um belo processo nas costas. Um belo dia sua filha Lisa, de nove anos, estava brincando com Susan, sua melhor amiguinha, no quintal, numa daquelas casinhas de plástico, tipo de boneca. Brincadeira vai e vem, e Susan fica com uma enorme vontade de usar o banheiro, sem tempo de ir até sua casa, vizinha a de David. Lisa, antes de levar sua amiga para dentro, nota que o pai está no banho - assim ele não veria Susan em casa. Susan vai ao banheiro no mesmo corredor onde David está. Lisa fica de guarda. Nesse momento o telefone toca e Lisa vai atender, deixando seu posto. David sai do banheiro nu e dá de cara com Susan olhando-o meticulosamente. Imediatamente David em sua prensa neurótica imprime as capas dos jornais: “Senhor dos processos agora é réu”, “Condomínio de luxo registra seu primeiro caso de abuso sexual”, “David Pedófilo?”, quando é interrompido:
_Tio David!? diz Susan curiosamente.
_O..oi pe..quena. responde David, já esperando o escândalo.
_Como o pipiu do senhor é bem menor que o do papai...
David se enrola na toalha, vai para seu quarto e pega seu livro de legislações procurando
alguma lei de proteção ao ego.......pobre Susan.

Wednesday, August 30, 2006

Cade o Diabo?

Depois de uma madrugada gelada consegui desancorar da cama, acordei com uma sensação de culpa estranha, devo ter sonhado com algo no qual tinha sido julgado, sei lá.
O mais engraçado foi que pedi desculpas a Deus, e esse ato me fez lembrar de poucos anos atrás, quando ainda garoto freqüentava a igreja católica onde erros são transformados em pecados, sacrilégios! Um bom católico tem que ter bastante culpa se não, para que ir a igreja? Essa desculpa que pedi a Deus me fez lembrar de alguma coisa que não existe mais hoje, o Diabo. Cadê ele? Alguém viu? Ouviu falar? A ausência do diabo na nossa cultura acabou transformando nossas vidas. O erro, antes visto como pecado, era mais fulminante psicologicamente ao marginal do que o simples ato de errar. Talvez o medo de ir para o inferno o faria pensar 2 vezes antes de apertar o gatilho. Hoje ele aperta e pensa que o pior que pode lhe acontecer é fazer faculdade nas penitenciarias do pais. A religião católica praticamente desapareceu. É uma religião passiva e sem graça, mas ao mesmo tempo não gera guerra, como outras religiões em outros países. Gostaria de voltar a rezar como antes, até agradeço às vezes a noite, mas a energia positiva que fluía de mim nunca mais apareceu. Será que é o diabo? Sai pra lá Satanás